Caros alunos da turma 1003 do CIEP 246 Adalgisa Cabral,
Este texto, adaptado do site Educação UOL, refere-se ao conteúdo de Grécia Antiga que trabalhamos em sala. Aproveitem a leitura e bons estudos!
GRÉCIA ANTIGA
A
importância de se conhecer a Grécia da Antigüidade (que se desenvolveu entre 2000 a.C. e
500 a.C.) é que a herança de sua cultura atravessou os séculos, chegando até os
nossos dias. Foram influências no campo da filosofia, das artes plásticas, da arquitetura,
do teatro,
enfim, de muitas idéias e conceitos que deram origem às atuais ciências
humanas, exatas e biológicas.
No
entanto, não podemos confundir a Antigüidade grega com o país Grécia que existe
hoje. Os gregos atuais não são descendentes diretos desses povos que começaram
a se organizar a mais de quatro mil anos atrás. Muita coisa se passou entre um
período e outro e aqueles gregos antigos perderam-se na mistura com outros
povos. Depois, a Grécia antiga não formava uma nação única, mas era composta de
várias cidades, que tinham suas próprias organizações sociais, políticas e
econômicas.
Apesar
dessas diferenças, os gregos tinham uma só língua, que, mesmo com seus
dialetos, podia ser entendida pelos povos das várias regiões que formavam a
Grécia. Esses povos tinham também a mesma crença religiosa e compartilhavam
diversos valores culturais. Assim, os festivais de teatro e os campeonatos
esportivos, por exemplo, conseguiam reunir pessoas de diferentes lugares da Hélade,
como se chama o conjunto dos diversos povos gregos.
Cidades-Estados
Essa Grécia de 4.000 anos atrás
era formada por ilhas, uma península e parte do continente europeu. Compunha-se
de várias cidades, com seus Estados próprios, que eram chamadas de cidades-Estados.
Essas cidades localizavam-se ao sul da Europa, nas ilhas entre os mares Egeu e
Jônio. Algumas das cidades gregas de maior destaque na Antigüidade foram
Atenas, Esparta, Corinto e Tebas.
Essas cidades comercializavam e
ao mesmo tempo guerreavam entre si. As guerras eram motivadas pelo controle da
região e para se conseguir escravos, os prisioneiros de guerra, que moviam
grande parte da economia daquelas sociedades.
Afora os escravos e os pequenos
proprietários, havia os cidadãos propriamente ditos, naturais da cidade e
proprietários de terras, que tinham direitos políticos e podiam se dedicar a
atividades artísticas, intelectuais, guerreiras e esportivas. Isso indica que
as pessoas com mais prestígio e propriedade cuidavam exclusivamente do aprimoramento
do corpo e da mente. Os mais pobres e os escravos eram quem movimentava a
economia, fazendo o trabalho braçal, considerado, então, como algo desprezível.
Sociedade espartana
As cidades-Estado sobre as quais
sobreviveram mais informações são Atenas e Esparta. Essas sociedades eram,
aliás, bem diferentes e freqüentemente lutaram uma contra a outra. A sociedade
espartana era considerada rígida (nos dias de hoje, quando queremos dizer que
alguma coisa ou pessoa é muito cheia de regras, fechada, dizemos que é
"espartana"). Em Esparta, os homens viviam para a vida militar.
Eles só podiam casar depois de
terem sido educados pelo Estado, em acampamentos coletivos, onde viviam dos 12
até os 30 anos. Para o governo, existiam os conselhos de velhos, que controlavam
a sociedade e definiam as leis. As mulheres espartanas cuidavam da casa e
tinham também uma vida pública: administravam o comércio na ausência dos
homens.
Atenas e a democracia
Já Atenas, que foi considerada o
exemplo mais refinado da cultura grega, teve seu apogeu cultural e político no
século 5 a.C. Na sociedade ateniense, diferentemente de Esparta, as decisões
políticas não estava nas mãos de um conselho, mas sim no governo da maioria, a democracia. Dentro desse sistema, todos os cidadãos podiam
representar a si mesmos (não precisavam eleger ninguém) e decidir os destinos
da cidade. Ao mesmo tempo em que Atenas abria o espaço para os cidadãos,
reservava menor espaço para as mulheres do que na sociedade espartana. Em
Atenas, as mulheres, assim como os escravos, não eram consideradas cidadãs.
Os jogos olímpicos
De tempos em tempos, as
civilizações que surgiram após os gregos - inclusive a nossa - voltam seus
olhos para essa cultura tão antiga, chegando mesmo a retomar alguns de seus
costumes. Assim aconteceu, por exemplo, com os Jogos Olímpicos. Essa atividade
ganhou importância no mundo ocidental na primeira metade do século 20, como uma
forma de celebrar pacificamente a rivalidade entre os países que se
confrontaram em duas Guerras Mundiais. Na verdade, as Olimpíadas foram reinventadas no
final do século 19, ou seja, mais de 2.000 anos depois de terem sido extintas.
Na Grécia Antiga, os jogos
olímpicos eram um ritual de homenagem a Zeus (o deus máximo de uma religião com
muitos deuses). Esses jogos realizavam-se na cidade de Olímpia e envolviam
todas as cidades-Estados da Hélade em várias competições de atletismo. Dentre
as modalidades de esporte que se praticavam havia a corrida, a luta livre, o
arremesso de discos, salto e lançamento de dardos. Os vencedores voltavam às
suas cidades com uma coroa de folhas de oliveira e um imenso prestígio.
Mitologia grega
É interessante começar dizendo
que os gregos não acreditavam que o universo tivesse sido criado pelos deuses.
Ao contrário, eles acreditavam que o universo criara os deuses. Antes de mais
nada, existiam o Céu e a Terra, que geraram os Titãs, também chamados de deuses
antigos. O mais importante deles foi Cronos (ou Saturno, para os romanos), que
reinou sobre todos os outros. No entanto, o Destino - uma entidade à qual os
próprios deuses estavam submetidos - determinara que Cronos seria destronado
por um de seus filhos. Por isso, mal eles saíam do ventre materno, Cronos os
devorava.
Réia,
sua mulher, resolveu salvar seu último filho, escondendo-o do marido. Este
filho, Zeus, cumpriu a profecia, destronou Cronos e retirou de seu estômago
todos os irmãos que haviam sido devorados. Com eles, Zeus passou a reinar sobre
o mundo, de seu palácio no topo do monte Olimpo. A corte de Zeus era formada
por outros onze deuses, seus irmãos, sua esposa e seus filhos, como se vê no
quadro que segue:
Os doze
deuses olímpicos
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Nome grego
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Nome latino
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Características
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Zeus
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Júpiter
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Era o senhor do céu,
o deus das nuvens e das chuvas, e tinha no raio a sua maior arma. No entanto,
não era onipotente. Era possível opor-se a ele ou mesmo enganá-lo.
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Poseidon
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Netuno
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Irmão de Zeus, era o
senhor do mares e ocupava o segundo lugar na hierarquia do Olimpo.
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Hera
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Juno
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Irmã e mulher de
Zeus. Era a protetora dos casamentos. Muito ciumenta, vingava-se sempre dos
constantes relacionamentos adúlteros do marido.
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Hades
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Plutão
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Dominava o mundo subterrâneo,
onde habitavam os mortos: o Tártaro, onde eram punidos os vilões, o Elíseo,
onde eram recompensados os heróis.
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Palas Atena
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Minerva
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Gerada da cabeça de
Zeus, era sua filha favorita e a deusa da sabedoria.
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Apolo
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Febo
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Filho de Zeus e
Leto, era identificado com o Sol e considerado o deus da música e da cura -
artes que ensinou aos homens
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Ártemis
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Diana
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Irmã gêmea de Apolo,
era a deusa da caça e da castidade.
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Afrodite
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Vênus
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Deusa do amor e da
beleza, que a todos seduzia, fossem deuses ou simples mortais.
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Hermes
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Mercúrio
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Filho de Zeus e
mensageiro dos deuses, dos quais era o mais esperto ou astuto. Por isso,
protegia comerciantes e ladrões.
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Ares
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Marte
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Filho de Zeus e
Hera, é o deus da Guerra, considerado, por Homero, "a maldição dos
mortais".
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Hefesto
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Vulcano
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Deus do fogo,
ferreiro e artesão, que fabricava os utensílios e as armas de deuses e
heróis.
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Héstia
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Vesta
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Era o símbolo do lar
e foi mais cultuada pelos romanos que pelos gregos.
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Teatro
grego
O teatro na Grécia Antiga surgiu a partir de manifestações a
Dioniso, deus do vinho, da vegetação, do êxtase e das metamorfoses. Pouco a
pouco, os rituais dionisíacos foram se modificando e se transformando em
tragédias e comédias. Dioniso se tornou, assim, o deus do teatro.
Atenas é
considerada a terra natal do teatro antigo, e, sendo assim, também do teatro
ocidental. "Fazer teatro" significava respeitar e seguir o culto a
Dionisio.
O
período entre os séculos 6 a.C. e 5 a.C. é conhecido como o "Século de
Ouro". Foi durante esse intervalo de tempo que a cultura grega atingiu seu
auge. Atenas tornou-se o centro dessas manifestações culturais e reuniu autores
de toda a Grécia, cujos textos eram apresentados em festas de veneração a
Dioniso. O teatro grego pode ser dividido em três partes: tragédia, comédia
antiga e comédia nova.
A tragédia
Do grego "tragoidía"
("tragos" = bode e "oidé" = canto). Canto ao bode é uma
manifestação ao deus Dioniso, que se transformava em bode para fugir da
perseguição da deusa Hera. Em alguns rituais se sacrificavam esses animais em
homenagem ao deus.
A tragédia apresentava como
principais características o terror e a piedade que despertava no público. Para
os autores clássicos, era o mais nobre dos gêneros literários.
Era
constituída por cinco atos e, além dos atores, intervinha o coro, que
manifestava a voz do bom senso, da harmonia, da moderação, face à exaltação dos
protagonistas.
Diferentemente do drama, na
tragédia o herói sofre sem culpa. Ele teve o destino traçado e seu sofrimento é
irrefutável. Por exemplo, Édipo nasce com o destino de matar o pai, Laio, e se
casar com a mãe. É um dos exemplos de histórias da mitologia grega que serviram de base para o
teatro.
Autores trágicos
Por
se tratar de uma sociedade antiga, deve-se muito à arqueologia o resgate dessa
memória. A partir de alguns registros, acredita-se que foram cerca de 150 os
autores trágicos.
Os três
tragediógrafos que conhecemos, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes escreveram cerca
de 300 peças, das quais apenas 10% chegaram até nós.
Ésquilo (cerca de 525 a.C. a 456 a.C.)
Considerado o
fundador do gênero, sete peças suas sobreviveram à destruição do tempo:
"Os Persas", "Sete contra Tebas", "As
Suplicantes", "Prometeu Acorrentado", "Agamêmnon",
"Coéforas" e "Eumênides".
Sófocles (496 a.C. a 406 .a.C.)
Importante
tragediógrafo, também trabalhava como ator. Entre suas peças estão a trilogia
"Édipo Rei", "Édipo em Colona" e "Antígona".
Eurípides (485 a.C. a 406 a.C.)
Pouco se sabe sobre
sua vida. Ainda assim, é dele o maior número de peças que chegaram até nós. São
18 no total, entre elas: "Medéia", "As Bacantes",
"Heracles", "Electra", "Ifigênia em Áulis" e
"Orestes".
A comédia antiga
A
origem da comédia é a mesma da tragédia: as festas ao deus Dioniso. A palavra
comédia vem do grego "komoidía" ("komos" remete ao sentido
de procissão).
Na Grécia havia dois tipos de procissão que
eram denominadas "komoi". Numa, os jovens saiam às ruas, fantasiados
de animais, batendo de porta em porta pedindo prendas, brincando com os
habitantes da cidade. No segundo tipo, era celebrada a fertilidade da natureza.
Apesar de também ser
representada nas festas dionisíacas, a comédia era considerada um gênero
literário menor. É que o júri que apreciava a tragédia era nobre, enquanto o da
comédia era escolhido entre as pessoas da platéia.
Também
a temática diferia nos dois gêneros. A tragédia contava a história de deuses e
heróis. A comédia falava de homens comuns.
Considerado o maior
autor da comédia antiga, escreveu mais de 40 peças, das quais conhecemos apenas
11, entre elas: "Lisístrata", "As Vespas", "As Nuvens"
e "Assembléia de Mulheres".
Filosofia
A
filosofia é um saber específico e tem uma história que já dura mais de 2.500
anos. A filosofia nasceu na Grécia antiga - costumamos dizer - com os
primeiros filósofos, chamados pré-socráticos. Mas a filosofia não é
compreendida hoje apenas como um saber específico, mas também como uma atitude
em relação ao conhecimento, o que faz com que seus temas, seus conceitos e suas
descobertas sejam constantemente retomados.
A história da
filosofia coloca em perspectiva o conhecimento filosófico e apresenta textos e
autores que fundamentam nosso conhecimento até hoje.
Alguns filósofos gregos:
Sócrates, Platão e Aristóteles.